Mensurar Júnior

12 de jul de 20222 min

Afinal, o que é o formato RINEX?

Primeiramente, RINEX é a sigla de um formato de arquivo com dados geodésicos, a qual traz o significado de Receiver Independent Exchange Format, traduzindo, Formato de Troca Independente do Receptor o qual coletou e rastreou os dados satelitais.

Werner Gurtner gerou a primeira versão do formato em 1989, porém só publicada no fim de 1990 por Gerald Mader e Werner Gurtner. Sua segunda versão, RINEX 2, foi lançada em 1993. A versão mais recente é a RINEX 4.0, desde o final de 2021.

Sua criação foi necessária para que diferentes receptores GNSS de inúmeras marcas pudessem falar a “mesma língua”. Realizando uma analogia para fixar o conhecimento, o formato RINEX seria equivalente à Língua Inglesa atualmente, por ser a língua escolhida mundialmente, esta que visa facilitar a comunicação global entre seres humanos e máquinas.

Estrutura RINEX

Para nossas áreas de Engenharia de Agrimensura e Cartográfica teremos alguns dados mais importantes que outros dentro do arquivo RINEX, por exemplo os arquivos com as extensões: “.o”, “.n” e “.g”.

“.o” - Arquivo de observação geral, sempre o maior arquivo dentre os três;

“.n” - Arquivo de observação da constelação GPS (Estados Unidos da América);

“.g” - Arquivo de observação da constelação GLONASS (Rússia).

Leitura de um arquivo RINEX, através do software Notepad++, de um posicionamento realizado em 2022

Explicando mais a fundo, imagine que os receptores GNSS abaixo realizaram um rastreio e geraram o arquivo bruto (nativo) de suas respectivas marcas, e agora será necessário processar os dados por algum software geodésico, Topcon Tools ou GNSS Solutions, ou pelo método de IBGE-PPP, Posicionamento por Ponto Preciso, notará a necessidade de transformar o arquivo nativo em formato RINEX.

Receptor GNSS I90 da marca CHCNAV:

Arquivo nativo da marca CHCNAV coletado pelo receptor GNSS I90:

Nota-se a extensão “.HCN” oriunda da fabricante CHCNAV.

Após a sua transformação para RINEX, a aparência é esta:

Receptor GNSS T300 da marca COMNAV:

Arquivo nativo da marca COMNAV coletado pelo receptor GNSS T300:

Nota-se a extensão “.cnb” oriunda da fabricante COMNAV.

Após a sua transformação para RINEX, a aparência é esta:

Transformação de arquivos nativos em RINEX

Para transformar um arquivo nativo em RINEX pode ser utilizado qualquer software geodésico com esta configuração ou até mesmo o software específico da própria marca do receptor GNSS utilizado ao longo do posicionamento.

Referências

Adenilson Giovanini. Rinex: o que é este formato de arquivo, 2021. Disponível em: <https://adenilsongiovanini.com.br/blog/rinex/> Acesso em: 3 de junho. 2022

IBGE. Passo a passo para junção e edição dos arquivos RINEX 3 de 1 segundo, 2020. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/np_download/novoportal/geociencias/rbmc/Passo_a_passo_RINEX_1s.pdf> Acesso em: 3 de junho. 2022

Métrica. Processamento Via PPP - Processar, 2020. Disponível em: <https://metrica.zendesk.com/hc/pt-br/articles/360004881812-Processamento-via-PPP-Processar> Acesso em: 3 de junho. 2022

Teunissen, P. and Montenbruck, O. Springer Handbook of Global Navigation Satellite Systems. Springer, 2017.

IGS. RINEX Working Group, 2020. Disponível em: <https://www.igs.org/wg/rinex/> Acesso em: 3 de junho. 2022.

Treinamento 24. O que é um arquivo Rinex?, 2020. Disponível em: <https://treinamento24.com/library/lecture/read/377375-o-que-e-um-arquivo-rinex> Acesso em: 3 de junho. 2022

Redator: Hugo Barros - Presidente

Revisão: Setor de Projetos

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